Claudio França mandou pra lista
Galera,
Vou fazer um complemente ao relato do Barbosa. Tentarei ser breve!
Nos encontramos na barrinha de madrugada, deixamos os carros estacionados lá conforme planejamos e partimos em 3 táxis para a Agulhinha da Gávea. Éramos então 5 duplas, eu e Barbosa, Almir e Nereida, Agostinho e Marcelo, Yeti e Adriana e Wilton e Guizzardi. Nos divimos em dois grupos, um que seguiria para o setor da Jorge de Castro e outro para o da Olimpo e 15 de Novembro.
Seguie para o setor da Jorge de Castro com o Wilton, Guizzardi e Barbosa. Chegamos lá e nos dividimos, eu peguei a variante São Conrado com o Barbosa e o Wilton e Guizzardi fizeram a Jorge de Castro. Já perto do final encontro um pouco abaixo de mim o Yeti e a Adriana que vinham pela 15 de novembro.
Rapidamente terminamos a via chegando no cume as 7:30. Ficamos uns 10 minutos lá em cima e partimos sozinhos para a Lionel. Na trilha para a Lionel montei dois totens em duas bifurcações para ir ajudando o pessoal que vinha atrás (acho que ninguém dos 8 que iriam pegar a trilha conheciam o caminho) e também coloquei um saco lástico amarrado em um arvore um pouco acima do barranco aonde começa a base da caminhada vertical da Lionel para indicar que era para subir. Chegamos na base da
Lionel e encontramos com o Barbosa disse, Arthur, Eziquiel e Zé Maria.
Ficamos trocando uma idéia com o Eziquiel que vinha por último de quem conheco muitas histórias pelo Pimentel. Ele tem 62 anos e faz a travessia petro-tere direto em 6/7 horas. Sinistro! Esse transito acabou nos atrasando um pouco, uns 20 minutos na base esperando para entrar e uns 15 minutos esperando na terceira enfiada. Mas eles estavam vindo bem, mesmo em três.
Logo no inicio da primeira enfiada vejo Marcelo e Agostinho chegando pela trilha e fico feliz de ver que estavam vindo rápido. Na altura do 7º grau da Lionel ouço alguém gritando cooooordaaa e quando vejo é o Leone, que vinha rapelando para dar uma aula. Ele tinha me dito já que iria tentar aparecer dando uma aula na área. Trocamos uma idéia rápida e tocamos para o cume chegando as 10:50. Eziquiel e companhia estavam guardando equipo para descer. O Zé Maria nos parabeniza pela idéia e manda diz, até as 4 vocês terminam, mas não deixem de fazer o Bip-Bip, nem está muito quente, depois disso nos 4 rimos né, estava fervendo a pedra rs.
Começamos a rapelar e na metade da via, na altura do 7º, encontramos Almir, Nereida, Yeti e Adriana. Soubemos nessa hora que o Marcelo e o Agostinho tinham desistido naquela ponto da via por causa do sol e estavam ja descendo a trilha para ir para os Olhos. O Barbosa deu um gatorade para os 4 pois estavam com pouca agua já que tinham intocado o restante no meio da trilha da Lionel e nessa altura a sombra da via já tinha acabado. Rapelamos, pegamos a trilha e quando chegamos no colo resolvemos pegar a chaminé Ely, o Bip-Bip naquela lua era difícil de encarar. Quando chegamos no final do colo encontramos o Agostinho, Marcelo, Wilton e Guizzardi. Soubemos nessa hora que o Wilton e o Guizzardi rodaram muito, escutavam nossas vozes mas não conseguiram achar a trilha para chegar na Lionel, quando acharam já estava tarde e quente. Nessa hora aparece o Formiga e o Abian que vinham
exclusivamente para fazer a Lionel. Nos comprimentamos e seguimos, eles para a Lionel e nos 6 para a chaminé Ely. Fui guiando a chaminé e fixando corda, assim o pessoal ia escalando, fazendo a chaminé com um prussik preso na corda como segurança. Içamos todas as mochilas duas vezes e perdemos uma hora e meia nisso tudo até todos chegarem no final da chaminé. Ainda teve o contratempo da cobra que eu vi na segunda sessão de chaminé. Esta de parabéns o Agostinho que pegou o filhote de jararaca ou cascavel, sei lá e tirou do meio do caminho colocando na chaminé mais abaixo. Eu e Barbosa partimos para os olhos, o Agostinho veio conosco mas apenas até a praça da bandeira, de lá tocou para a barra direto pois tinha que ir embora por alguma razão que não me lembro. Marcelo resolveu ficar no todo da chaminé com o Guizzardi e o Wilton para avisar ao Almir, Nereida, Yeti e Adriana que
havia uma cobra mais la para baixo.
O Almir, Nereida, Yeti e Adriana conseguiram fazer a Lionel mesmo naquela lua brava, e chegaram bem depois na chaminé pois ainda foram resgatar e encher as águas que haviam deixado. Eu e Barbosa entramos nos olhos as 14:30. O sol estava fervendo e nessa hora pensei "o que eu to fazendo aqui!!". Falei com o Barbosa do final da primeira enfiada, eu vou escalar e só vou parar quando eu achar uma sombra, se a corda esticar você vem a francesa. Não dava para ficar nem mais um minuto no sol das duas da tarde.
Toquei e só fui parar quando ja dava para ver os tetos do olho direto. Puxei o Barbosa e logo depois as 16:20 estávamos dentro do Olho direito. Resolvemos descansar um pouco antes de pegar o cabo de aço. Acho que ficamos ali até umas 16:40 e pensei que ninguém mais iria tentar os Olhos, achei que todos já tinha descido, mas nessa hora vejo uma galerona do Graal chegando.
Eles vêem a gente e ficamos felizes que eles iriam escalar ali também. Gritamos dizendo que iríamos esperar eles chegarem para descermos todos juntos.
Deitamos e dormimos dentro do olho por mais de uma hora. Ficamos relaxando e curtindo o visual, mas como 2 horas depois ninguém havia chegado, resolvemos partir pois estávamos cansados e com pouca agua, mas nessa hora chega o Almir. Explicamos que iríamos esperar então no final do cabo de aço.
Terminamos a via e ainda esperamos unas 40 minutos mas quando ligamos para o Almir descobrimos que a galera ainda não havia chegado nos Olhos (natural pois ninguém ali tinha feito ainda a via e ainda estavam todos cansados). Ele disse que ficaria para auxiliar a galera pois acho que ninguém conhecia a trilha para chegar da orelha ao cume. Expliquei que estaria a disposição para qualquer coisa e falei que iríamos descer. Já passava de 8 da noite quando começamos a sair da orelha! Chegamos 22 e não sei quanto na Barrinha e encontramos o Marcelo e Adriana que tinham desistido na segunda enfiada dos Olhos por causa do sol e pela falta de agua. Ficamos ali na Barrinha esperando todos descerem o que aconteceu quase 2 da madrugada de domingo.
Quero parabenizar a todos que abraçaram a idéia da Maratona e mostram muita energia e determinação para cumprir o objetivo. Vale lembrar que para alguns que tem muito mais experiência isso pode não parecer muita coisa, mas acho (não tenho certeza) que maioria que estava ali (com exceção do Almir e eu) não escala a muito tempo ou não treina muito escalada e trilha. Sem contar que a única pessoa que conhecia todas as trilhas era eu (motivo que ajudou eu e Barbosa e irmos mais rápido). Então diante de tudo isso vocês foram super guerreiros, mesmo com o sol forte a maioria estava determinada a fazer os olhos. Tenho orgulho dessa galera que participou desta maratona!!
Parabéns especial a Nereida, Barbosa e Yeti que conseguiram fazer todo o percurso.
Para o Almir eu nem dou parabéns porque o monstrinho não fez mais do que a obrigação, o cara é um cavalo! rs. Para o resto da galera que por um motivo ou outro, se perderam, ficaram sem agua no sol forte e etc e acabaram fazendo só uma ou duas montanhas meus parabéns mesmo assim. Tenho certeza que teriam conseguido fazer tudo numa boa sem os contratempos.
Agora é esperar a próxima maratona! Idéias?? rss
Valeu Graal!!!
FUENNNNN
Claudio França
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