Relato - Paredão Osvaldo Pereira

Nereida Rezende mandou pra lista.

Gente, que escalada! Um paredão de 400 metros (é o que diz no site da UNICERJ).

Bom, quero dizer que o que a gente fez não se faz, mas foi o que deu: chegamos na base 09:50h, não sabíamos onde era a base e fomos procurando pelo cheiro. Botamos na cabeça que íamos fazer a via e fizemos. Foi como deu.

A via até metade é terceiro, quarto, mas da metade pro fim é quarto sup com dois lances de sexto. Pra quem quer treinar, é superprotegido, mas dá pra fazer em artificial. É legal fazer uma via difícil mas saber que não vai se quebrar e que não há risco de vida.

Só acabamos 18:50h, lá em cima do costão. Descemos pela trilha, que dá em uma estrada longe da entrada do parque. Chegamos no carro 20:20h.

Então, pra quem quer detalhes:

Revezamos guiadas no início, não achamos legal subir a francesa, avaliamos que era um risco desnecessário.

Eu cheguei a guiar até lances de quarto grau, mas a via tem 4º sup direto do meio pro fim e duas partes de VI, então do meio pro final quem tomou o risco e deu conta de tudo foi mesmo o Marcelo.

Foi tudo a maior curtição. Fizemos estirões de 30 metros, porque a gente não gosta de passar muito tempo longe rsrs. Tem parada dupla a cada 30 metros, pra quem quiser descer de rapel.

Parávamos para tirar fotos. O Marcelo fez o primeiro lance de sexto na categoria. Eu mesma botei uma escadinha de fita.

Fomos subindo e vimos uns pontinhos coloridos na Agulha Guarish. Eram capacetes e pensamos que eram nossos parceiros do GRAAL. Gritei bem alto: GRAAL. E o Marcelo me deu um esporro e disse que era para prestar a atenção nele: a via não estava um passeio...exigia concentração, naquela parte de 4º sup. Quando eu subi, fingi que estava guiando e as vezes faltava pé, sim, e a mão estava em uma porcariazinha que não dava nem pra enxergar direito (claro, é a minha perspectiva). Eu não cai, mas se estivesse guiando ia passar um medão.

Foi legal ver o cume da Agulha ficando longe e a gente muito muito mais acima dele. Tem fotos disso.

O último VI, que era bem no final, fizemos em artificial, porque o sol já tinha se escondido e ligou um alarme na gente: nós não conhecíamos o topo e tivemos receio de não ser fácil achar o início da trilha. Então foi toca pra cima o mais rápido possível.

Íamos olhando o croqui e sabíamos que estava acabando, mas depois veio mais e depois que a gente enxergou o que vinha depois do horizonte, tinha mais pedra... e nós já de lanterna, no escuro.

Chegando no mato, passamos como deu e nesse meio tempo começamos a ouvir umas vozes. Eu gritei: tem gente no topo? Recebi a resposta: tem! Já fui falando, lá do meio da vegetação, antes mesmo de ver as pessoas: oi, estamos escalando desde de manhã, somos tal e tal, papapa. Eram 2 caras e uma mina.

Gente boa, estavam curtindo a lua cheia linda, nos deram as dicas da trilha, foi muito legal, gente sangue bom. Na descida, ouvíamos os uivos e gritos deles, adorando a lua.

No início da trilha tinha umas pirambeiras de pedra, depois trilha aberta, placas, tranquilo. Saímos em uma estrada e tivemos que descer muito do lado dos carros até a entrada de Itacoatiara, depois ir até o carro.

Obs: a água tinha acabado em cima do morro. Não tínhamos levado dinheiro. Foi uma fissura pra chegar no carro e botar a mão na carteira, comprar gatorade, coca, água...

A maior curtição!
Vejam as fotos!





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