Vai o relato do Salto Angel!

De: Brigitte Cunha

As coisas se  aceleram, um motorista enviado pela agencia Connexion Tours ,esta a nossa espera na estação de bus da Cidad Bolivar(estamos de madrugada  ,vindo de Sta Elena de Uairen) .Direção aeroporto ,antes disso, uma curta parada no escritório da agencia , um chileno brasileiro se junta a gente.

1h de voo até a chegada no pequeno aeroporto de Canaima,a gente já entra no folclore : um índio vestido a caractere  deambula no meio da turistada.

Cada grupo esta levada nas diversas pousadas do lugar que varias do luxo ao lixo !!!Dito" en passant "; a nossa (Tiana tours)esta horrível !Vai lá,é só para uma noite...em compensação a cozinheira é de primeira ,e a gente sempre faminta lançamos a moda de ir na cara do páu c prato na mão pedir mais comida na cozinha. E Agostinho de explicar a um casal Canadenses ,o ditado : "Quem não chora ,não mama !"

Depois de uma providencial sesta , após a noite mal dormida no ônibus ,nosso guia local Tommy entra em função para a programação da tarde, primeiro contato com a longa barca para um volta na lago de Canaima com aproximações nas 4 imponentes  cachoeiras que joram as aguas descidas de varias tepuys ( montanha mesa/ platô).

Passeios nas praias de areias rosas e passagem por traz duma das cachoeiras estão na programação .O tempo  fechado não altera a boa humor do grupo ,principalmente por caso da presencia do tal índio de tanga executando algumas performances!

De volta na "pocilga" , Tommy ,sempre c soluço (porque sera ?) ,nos avisa que haverá uma reunião a noite  .Ele só apareceu no dia seguinte.

Suas palavras são breves , o estrito mínimo ,e, as bagagems ,o estrito necessário : roupas de banho ,bermuda,capa de chuva ,filtro solar,repelente ,sandália e tênis,maquina de fotografia .Para a noite : uma calça confortável e uma camisa quente .O tudo empacotado em sacos de lixo individuais.

" AHI –AHO –AHIAHI AHO –AHIAHO AHIAHO ",cantarola a Canadense .Cada um com seu pacote preto nas costas ,e bom humor ,andamos  pelo caminho enlameado atravessando a aldeia e algumas pousadas estilosas, até o porto.De fato  a margem do rio com algumas barcas.A nossa é verde.O tempo de enfiar os coletes salva vida e de amontoar nossos  trochas  na parte traseiro ,embarcamos ,sentamos de 2 em 2 sobre as tabuas transversais  .A final somos 13 , o chileno ,nos 3 ,o casal de Canadenses ,um senhor francês , 3 fotografos Litunianos e os 3 membros do barco.

A subida dos rios Carrao e Churún vai levar 5h.Uma 1era parada numa passagem agitada do rio,temos que andar em terra  ½ h para voltar no barco mais a frente.

O almoço servido de spagetti a Bolonaise no meio da floresta marca a 2nd parada .Dai para diante vão ser 3h de navegação sem parada até a chegada final.

Cruzamos algumas barcas subido ou descendo ,motivo para se encostar e bater papos entre locais e numa desse,  transferir os 2 mais pesados da turma ,o senhor francês e um Lituniano numa barca meia vazia e mais veloz.

O tempo esta coberto .Dependendo dos caprichos das correntezas,derepente a gente se recebe trombas de agua na cara!Temos que redobrar a atenção com as maquinas de fotografia,o pior é que não tem como no fotografar !

Estamos no domínio da natureza selvagem ,a agua penetra nas margens da floresta,os troncos das arvores em parte imersos estão tremendos freneticamente ao ritmo acelerado da correnteza ,a beira inteira trêmula,luxuriante , tronços pretos,cipós,folhas de formas  variadas,flores de cores exuberantes  ,um conjunto bem vivo desfilando sobre nossos olhos!

A barca  entra no canyon sinuoso do rio Churún,agora desenha-se  o espetáculo imponente das curvas dos tepuys sombrios  ,recortados em formas esquisitas e jorendos cachoeiras falésia abaixa, fazendo-nos contorcionar, tendo que vigiar; as imprevisiveis feixes de agua  junto com uma janela sem nuvens, para conseguir as melhores fotos !

Passando uma curva ,na nossa frente,a maior queda d´agua despejando do alto do Auyan Tepuy  uma pesada ,longa e lenta massa branca ,infinita; o Salto Angel!

Mal paramos ,tudo mundo já esta os pés nas  areias rosas da prainha , quer gemendo ,quer  esticando-se!

 Tommy balança nossas sacolas de fora da embarcação e nos orienta a pegar as lanternas ,repelente ,os tênis e maquinas de fotografia ,mais nada e de seguir o caminho .

Agostinho ,encabeça a fila indiana e ,eu a fecha longe atrás!

Estou me sentindo toda úmida, quero troçar de roupas e apreciar a caminhada solitária na selva.

O caminho se averigua longo (3km) ,cheio de raízes ,possas de agua e por fim, íngreme e pedregoso  até alcançar o mirante mais próximo do Salto Angel (800m de distançia).

O barulho é infernal.

A agua presente em todas suas formas : vaporizada-chuva- nuvens-neblina-tromba.

Um momento ,entre as nuvens, o topo nos aparece e com isso os 2 lugares de onde a precipitação joga-se do alto de seus 749 m.

A queda em câmera lente parece não ter fim.

De fato , onde ela esta aterrissando, só se ver uma nuvem subindo como se fossa um cogumelo atômico !

Tudo esta molhado. Não senti vontade de ir até a borda de pedra-mirante –molhada .

Tommy  nos sinala que esta na hora de descer , o tempo  esta obscurecendo .A noite é total ao chegar na prainha.

Surpresa ,a barca foi na outra riba!A margem oposta é da Isla Ráton ,nosso abrigo para a noite.

Tommy tem de nadar até a embarcação ,(já que ninguém do outro lado parece ouvir seus assobios ), trazer-lá para nos buscar.

Uma certa correria esta no ar ,acho que todos temos  a mesma ideia :garantir seu território para a noite nas redes. E um lugar nas tabuas para organizar as tralhas pessoais . Rapidamente consigo pendurar  todas minhas coisas molhadas e com Marcos vamos no rio bem animados para tomar um banho de noite.Um prazer delicioso ,nessas  corredeiras cor de chá!

Limpos , renovados e confortáveis ,assim fomos deitar nas redes ,após um delicioso jantar a luz de vela.

Dormi pouco,mesmo com a coberta fornecida ,estou sentindo a noite fresca ,além de não dominar a técnica de dormir em rede!

Ao amanhecer foi gostoso passear na pequena ilha de área rosa ,admirar de varias ângulos o Salto Angel  ,lá longe ...mas não tanto.

Não estou querendo ir embora tão cedo ,sabia que daqui a pouco o Tommy iria dar o sinal da partida.

A volta tive seus momentos engraçados e foi mais confortável ,pois Marcos me indicou um bom lugar para sentar ,logo na primeira tabua na frente das sacolas ,com o motor de reserva para se apoiar.

O motor pifou e tiverem de troca-lo; uma oportunidade de andar nas margens e tirar fotos .

Outra vez, faltou gasolina , outra parada.

A chegada na pousada de Canaima, foi só para almoçar ,arrumar as mochilas, é  correr até o aeroporto ,pois um aviãozinho de 6 lugares estava a nossa espera .Me sentia própria executiva !Decolamos e de imediato sobrevoamos baixinha as 4 cachoeiras da lago Canaima! Mais um espectáculo grandioso!  

No aeroporto da Cidad Bolivar ,a agencia Connexions tours se encarregou da gente até a hora de levar-nos no ônibus para Sta Elena de Uairen que era nossa base.



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